Estrada Real
A descoberta do ouro em Minas Gerais no início do século 18 causou a primeira e maior corrida do ouro de todos os tempos. Milhares de aventureiros, principalmente portugueses, aportavam em Paraty, acampando em Cunha, a caminho de Minas Gerais. Para consolidar o acesso e transporte seguro do ouro e suprimentos, a coroa distribuiu sesmarias que iniciam a povoação local. Construiu a Casa de Registro do Taboão, a alfândega real portuguesa, com coletores de impostos e dragões, que teve vida breve, logo transferida para Paraty, pois abriram-se outras trilhas de contrabando e "descaminhos" do ouro.
A movimentação intensificou-se e o Caminho do Ouro foi tendo seu traçado alterado, com trechos íngremes empedrados, adequados por engenheiros militares para que muares pudessem trafegar. A Trilha dos Goianases tornou-se rota estratégica da coroa, percurso de aventureiros, mineradores, apresadores de índios, exploradores, comerciantes, oficiais da coroa, religiosos, ourives, contrabandistas, importadores, traficantes, escravos, governadores, soldados, etc.
Com a implantação do Caminho Novo e a persistência de saques e contrabando por trilhas e baías de Paraty, Portugal proíbe o trânsito do ouro pelo Caminho Velho em 1750, impactando drasticamente Paraty e Cunha, que entram em estagnação, passando a sustentar-se pelo crescente tráfico de escravos e contrabando.